9 de maio de 2011

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Todas as manhãs ela caminha vagarosamente para pegar o ônibus que a levará para lugar nenhum, para ver ninguém
E todas as manhãs ela imagina como serão as tardes, ja sabendo a resposta, finge ser feliz assim todas as manhãs
E todas as manhãs ela espera pela noite, ela espera assim arduamente para voltar para seu quarto, e ser triste.
É quando ela sente que esta assim completa.
Completamente triste, mas completa.
E quando ela tira a roupa e põe todo o seu corpo em baixo das cobertas quentes e sente que começa a sonhar, é quando ela sorri.
Assim pra ninguém.
Mas pra ela mesma.
E viver vale a pena.

Clarice Lispector

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